
Antes de ontem eu estava especialmente cabisbaixo, olhando pro chão, enfim, angustiado, o chato de plantão. Daí saí a incomodar os amigos do casarão, a via crucis começou na casa da Lu, depois o Zé chegou e como já eram umas onze horas, decidi (após as quatro cervejas terem acabado) que era hora adequada de uma pessoa que trabalha na manhã seguinte bem cedo, tomar tento e ir pra cama - essa é a regra racionalizada.
A via crucis continuou, no retorno para o recôndito lar, outro vizinho põe a cabeça pra fora e me pergunta se eu tenho em casa anti-histamínicos e eu respondi que sim. Fui em casa, busquei os ditos culpados pelo ocorreu em seguida. Ao adentrar na casa do moribundo e entregar o pack, a vizinha musicista (que habita no ap da frente) estava chegando e com toda aquela energia e simpatia mineiras, nos cumprimentamos, beijinhos, abraços e convites irrecusáveis. Tipo, tenho duas cervejas, entra aí e vamos papear. Ok, aceitei, afinal quem recusaria. O incauto seguiu esse caminho inadvertidamente, papo vai, papo vem, e após as lamúrias do chato em crise emocional, ela diz a seguinte frase: - Vamos musicar essa dor? Algumas talagadas na goela o incauto responde: - E por que não? Estava criado o cenário. Entretanto, a vedete tava no fim e decidimos ir no Simplesmente (um barzinho amado) buscar um estoque logístico. Pronto, junte tudo isso e confusão está determinada.
Gole adentro, palavras em tempestade, sons sendo produzidos e criados, fumaça subindo, a palavra se tornando poesia e a noite adentrou como uma princesa boêmia. Após horas de criatividade em cima da dor ora sentida, a música ficou pronta e como não fosse suficiente tudo isso, a bela, sensível e encantadora musicista resolveu que tínhamos que gravar. Daí após muitas loiras, você já perdeu o controle sobre qualquer racionalidade e prudência. Sim, gravamos! Com direito a violão, ganzá e pandeiro. A coisa ficou assim meio samba-canção e a minha voz algo meio chico-joãogilberto-joãonogueira (óbvio, que o pior deles), sem pretensões. Tal experiência inusitada produziu a seguinte letra:
HÁ DE CONVIR
Você pode dizer
Que o amor ainda existe
Mas há de convir
O amor consiste em se querer
O que há de se olhar
Se nada mais faz sentido
Pra quê tanto perdão
Recomeçar não sei dizer
Quem mudou foi eu ou você
Pra quê saber se o amor ainda insiste
Boi de mamão
Vá entender um coração assim (Bis)
A via crucis continuou, no retorno para o recôndito lar, outro vizinho põe a cabeça pra fora e me pergunta se eu tenho em casa anti-histamínicos e eu respondi que sim. Fui em casa, busquei os ditos culpados pelo ocorreu em seguida. Ao adentrar na casa do moribundo e entregar o pack, a vizinha musicista (que habita no ap da frente) estava chegando e com toda aquela energia e simpatia mineiras, nos cumprimentamos, beijinhos, abraços e convites irrecusáveis. Tipo, tenho duas cervejas, entra aí e vamos papear. Ok, aceitei, afinal quem recusaria. O incauto seguiu esse caminho inadvertidamente, papo vai, papo vem, e após as lamúrias do chato em crise emocional, ela diz a seguinte frase: - Vamos musicar essa dor? Algumas talagadas na goela o incauto responde: - E por que não? Estava criado o cenário. Entretanto, a vedete tava no fim e decidimos ir no Simplesmente (um barzinho amado) buscar um estoque logístico. Pronto, junte tudo isso e confusão está determinada.
Gole adentro, palavras em tempestade, sons sendo produzidos e criados, fumaça subindo, a palavra se tornando poesia e a noite adentrou como uma princesa boêmia. Após horas de criatividade em cima da dor ora sentida, a música ficou pronta e como não fosse suficiente tudo isso, a bela, sensível e encantadora musicista resolveu que tínhamos que gravar. Daí após muitas loiras, você já perdeu o controle sobre qualquer racionalidade e prudência. Sim, gravamos! Com direito a violão, ganzá e pandeiro. A coisa ficou assim meio samba-canção e a minha voz algo meio chico-joãogilberto-joãonogueira (óbvio, que o pior deles), sem pretensões. Tal experiência inusitada produziu a seguinte letra:
HÁ DE CONVIR
Você pode dizer
Que o amor ainda existe
Mas há de convir
O amor consiste em se querer
O que há de se olhar
Se nada mais faz sentido
Pra quê tanto perdão
Recomeçar não sei dizer
Quem mudou foi eu ou você
Pra quê saber se o amor ainda insiste
Boi de mamão
Vá entender um coração assim (Bis)

Fiquei muito feliz com a dádiva de "seja compositor por um dia" presenteado pela minha amiga musicista que passou a adentrar mais ainda num recôndito lugar chamado coração. Não é necessário relatar que a noite se foi, já eram umas cinco da matina, um banho, o barbear, uma caneca bem cheia de café (não só por conta da bebedeira, mas porque gosto muito), uma roupa qualquer, perfume, cão-rua-necessidades-satisfeitas e a caminho do trabalho, cansado, mas feliz. Trabalhei bem, sabe Deus como! e chegando em casa pude finalmente esticar a armadura para o sono dos justos.
Tentei falar com Brasília sobre minha ida para o Sul. Infrutífera! Farei isso mais tarde.

Nenhum comentário:
Postar um comentário